PROJETO FINALIZADO.

Início 13/12/2011.
Fim 31/05/2019.

O Brasil possui aproximadamente 10.800km de linha de costa, distribuídos em 395 municípios ao longo de 17 estados litorâneos (MMA, 2008; 2010), onde residem cerca de 26,6% da população brasileira (IBGE, 2010). Destes, estados como o Amapá e o Rio de Janeiro, por exemplo, possuem mais de 80% de sua população residente na zona costeira (IBGE, 2010), o que indica um alto nível de pressão antrópica sobre a mesma.

A intensa ocupação demográfica na costa faz com que as linhas de costa se “ajustem” às mudanças antrópicas onde a demanda pelo uso e subsequentemente a pressão por desenvolvimento torna as zonas costeiras lugares de alto valor econômico. Porém, essa intensa ocupação se torna um problema quando este interfere na dinâmica do local impedindo o livre transporte de sedimentos nestas áreas. Além disso, as praias geralmente são um dos primeiros ambientes a sofrer as consequências das mudanças climáticas, especialmente quando há a combinação da elevação do nível do mar com eventos climáticos extremos mais frequentes e rigorosos, podendo levar à erosão costeira, um dos principais problemas das regiões litorâneas.

Sabendo disso e motivados pela troca de experiências em 2000 pelo I Simpósio Brasileiro sobre Praias Arenosas e em 2008 pelo I Simpósio Nacional sobre Erosão Costeira contando com a experiência apresentada pela Espanha nas ações de gestão costeira, em 2011, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o Ministério do Meio Ambiente (MMA) celebraram um Termo de Cooperação que tinha como objetivo as “Adaptações e melhorias das metodologias e dos modelos numéricos incluídos no Sistema de Modelado Costero (SMC) espanhol, com a incorporação de bases de dados da costa brasileira, para criação de um Sistema de Modelagem Costeira para o Brasil (SMC-Brasil), difundindo-o para uma rede de gestores públicos e pesquisadores atuantes na gestão costeira”.

Com a implantação deste projeto pôde-se:

• Proporcionar aos responsáveis pelo gerenciamento costeiro do Brasil metodologias e uma ferramenta de apoio à gestão do litoral adequado à realidade do país, através da transferência do Sistema de Modelagem Costeira (SMC);
• Consolidar uma base de dados do litoral brasileiro que possibilitou, de forma automatizada com o uso de ferramentas numéricas provenientes do SMC, o acesso a informações de cenários do comportamento da costa frente a ações naturais e antrópicas;
• Potencializar e apoiar grupos locais de pesquisa e gestão costeira por meio da formação e treinamento de técnicos e pesquisadores;
• Realizar estudos de caso de aplicação do SMC – Brasil em diferentes estados costeiros de forma a validar os modelos demonstrando o alto valor da modelagem costeira em análises e previsões de mudanças na morfologia da praia como resultado do desenvolvimento costeiro planejado.

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IMPORTANTE: Quando utilizar a ferramenta SMC-Brasil ou as suas bases de dados agradecer o “Ministério do Meio Ambiente (MMA) brasileiro, a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID) através do financiamento do Projeto SMC – Brasil”.

Referências

IBGE. Cidades@ dados do censo demográfico 2010 por cidade. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1>. 2010.
MMA. Macrodiagnóstico da zona costeira e marinha do Brasil. Orgs. ZAMBONI, A; NICOLODI, J.L. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2008.
MMA. Panorama da conservação dos ecossistemas costeiros e marinhos no Brasil. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, Secretaria de Biodiversidade e Florestas/Gerência de Biodiversidade Aquática e Recursos Pesqueiros, 2010. 148p.